A g n u s D e i

QUESTIONANDO OS EVANGÉLICOS
6.O Batismo é apenas um ato simbólico?

A Igreja histórica sempre afirmou que o Batismo é eficaz na regeneração, isto é, "faz nascer de novo". A maioria dos Protestantes sustenta que o Batismo é apenas simbólico, uma ordem a ser seguida por obediência, mas não que tenha uma eficácia na regeneração ou no perdão dos pecados. Quais são os argumentos históricos que fundamentam o efeito e a necessidade do Batismo? Ananias disse a São Paulo:

    "E agora, por que tardas? Levanta-te. Recebe o Batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o seu nome" (At 22,16).

Ananias associou o Batismo (não a fé) como meio instrumental de limpar os pecados. São Paulo escreveu:

    "E, não por causa de obras de justiça que tivéssemos praticado, mas unicamente em virtude de sua misericórdia, ele nos salvou mediante o banho da regeneração e renovação, pelo Espírito Santo" (Tt 3,5).

Na carta de Paulo a Tito, o "banho" é o Batismo que resulta em renascimento, seguido pela renovação pelo Espírito Santo. São Pedro escreveu:

    "...Essa água prefigurava o Batismo de agora, que vos salva também a vós, não pela purificação das impurezas do corpo, mas pela qual consiste em pedir a Deus uma consciência boa, pela ressurreição de Jesus Cristo" (1Pd 3,21).

Seja cuidadoso em interpretar isto. Pedro não disse que o Batismo é simbólico. Disse que a corrente do dia de Noé é símbolo do Batismo. Pedro disse: "o Batismo agora salva vocês também". "Pedir uma consciência boa" é um meio de incluir o arrependimento no Batismo. Por fim, o que diz Jesus?

    "E disse-lhes: 'Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado'" (Mc 16,15-16).

Jesus fez do Batismo uma condição de salvação. Mas, imagino ouvir alguém dizer: "E no caso do ladrão na cruz?" Que diz dele? Jesus prometeu ao ladrão arrependido que iria com Ele ao Paraíso. Jesus disse assim e resolve o assunto. Assim, ouço esse mesmo alguém dizendo: "Ele não foi batizado!" Nem o foi Jeremias, Isaías ou Abraão. Deus é capaz de dar a misericórdia a qualquer tempo e de qualquer modo que precise. O salário do pecado é a morte, contudo nem Enoc, nem Elias nunca morreram. Deus fez exceções para aqueles dois santos do Antigo Testamento, de modo que eles não viram a morte. Eu não vejo contradição em Jesus quando faz uma exceção para o ladrão. O Credo de Nicéia decreta: "Cremos num só Batismo para a remissão dos pecados".

Quando a Igreja histórica sustenta firmemente o mesmo ponto de vista, de que o Batismo é eficaz em perdoar os pecados, os Reformadores mais uma vez não concordam. Zwínglio, como de costume, crê simplesmente que o Batismo é uma ordenação, nada realizando. Lutero sustenta o ponto de vista católico da regeneração batismal. Calvino imagina que o Batismo é eficaz, mas somente após a fé. No esquema Calvinista você pode ser batizado, e, então, quando você passa a ter fé, aquele Batismo confere o perdão dos pecados. Este esquema Calvinista é reminiscência dos deslocamentos do tempo da Estrela Guia.

  • Em quem você vai crer: na Igreja histórica, que possui uma visão firme nestes dois milênios, ou nos reformadores, que chegaram por último e não concordam entre si?