Noutro dia estava meditando sobre o que se deixa nesta terra depois que nós morremos. Dizem até que depois da missa de sétimo dia, se cai no esquecimento.
Escutando um comentário no rádio, falavam de Walter Clarck. Este senhor foi talvez, na sua época, uma das pessoas mais comentadas no Brasil, não só porque praticamente elaborou a televisão moderna (a força da TV Globo com ele começou), mas como também pelas suas excentricidades, fortuna pessoal e luta pela conquista. Conta-se que às vezes ia à Paris almoçar e voltava para os seus trabalhos. Pois morreu sozinho em seu apartamento, quando os vizinhos sentiram mau cheiro e chamaram socorro; e na sua missa de sétimo dia estavam presentes treze pessoas. Faço juízo de quantos não lhe “puxaram o saco” enquanto viveu.
Enquanto isso, pessoas que são ignoradas pela mídia, nasceram e viveram nos morros, pobres a vida inteira, tem uma verdadeira comoção em sua comunidade; talvez, como no título do livro do filósofo Erick Fröm, eles se preocuparam em ser e não em ter.
Somos uma sociedade consumista, hedonista e hipócrita. Aplaudimos o que não presta e minorizamos valores morais. Fechamo-nos ao próximo com uma espécie de blindagem urbana, pois a violência nos assusta, embora seja incentivada cotidianamente pelos meios de comunicação. Muitos elogiam Francisco de Assis ou Madre Teresa de Calcutá, mas vivem no mais completo distanciamento do que foram as suas idéias e endeusam cantores que foram orgulhosamente homossexuais, drogados e promíscuos.
Já dizia Jesus que o reino dele não é neste mundo e se vê a cada dia que o ensinamento do Mestre dos mestres se concretiza. A loucura da cruz foi propagada para todos os quiseram e quiserem ouvir. Muitos preferiram a grandeza do “possuir” e já nem são lembrados pelos seus. Outros estão na glória eterna que foi o seu objetivo enquanto vivos. Construíram com seus exemplos; doaram-se ao próximo e foram modelos apesar de todo sacrifício que a vida lhes impôs.
Querer é poder. Não somos piores nem melhores que alguns exemplos de santos. O que eles tiveram de melhor, foi a perseverança e a confiança em Jesus Cristo.
