A g n u s D e i

NOSSOS COMPROMISSOS
Autor: José Augusto
Fonte: Lista "Tradição-Católica"

Noutro dia estava almoçando no trabalho com vários colegas, e chamou-me a atenção um diálogo ao lado. Dizia um colega ao outro: - “Você é tão bobo que só deve transar com sua mulher”. Como eu não tinha intimidade com os dois, não falei nada mas comecei a meditar sobre o assunto. Como nossa sociedade está corroída pelos seus próprios conceitos! O compromisso assumido, a palavra empenhada e todas as afirmativas que há algum tempo atrás se bastavam com a entrega de um fio de barba, hoje se poluem com cartórios e assinaturas de testemunhas; ou seja, o homem está cada vez mais se distanciando de sua honradez.

O matrimônio sempre me lembrou uma sociedade, na qual as partes contratam entre si e cuja sinceridade é princípio fundamental. Ninguém precisa botar isso no papel, pois está implícito como talvez uma cláusula pétrea , já que sem a probidade, de um de seus sócios, a coisa nem anda. A maioria das pessoas concorda com isso, porém, no casamento, que é a maior das sociedades humanas, esta cláusula é motivo de chacota e às vezes até de discriminação.

A mesma coisa se dá com os votos religiosos. Como no casamento, chamamos Deus como testemunha de nossa vocação, perante um sacramento. É de se esperar, que essa idéia foi assumida com maturidade e muita meditação para que nada se interponha a esse compromisso, ainda mais que como no noivado, se pode desistir durante todo o seminário ou noviciado e se pode servir de formas diversas não necessariamente como sacerdotes ou irmãos leigos, já que não estamos mais na idade média onde o filho mais velho era quase obrigado a se consagrar. Não podemos ser intempestivos e brincarmos com juramentos e a palavra empenhada, pois aí sim o próprio caráter será mensurado muito baixo.

O resultado disto é que o homem perde a reflexão de sua meta existencial: - Para que existimos e onde queremos chegar. Querem até mudar o conceito de família, como se pudéssemos ir contra a própria natureza ou seja, legalizar-se o anti-natural. Fala-se hoje, como conquista de direito para casamentos de homossexuais, perdendo-se até o próprio significado da palavra casamento, que é um ato solene de união entre duas pessoas de sexos diferentes.

Tem gente que fica se perguntando: “O que eu posso fazer para estragar minha felicidade ?”. O sujeito é bem casado, tem seus filhos ao lado, tem trabalho numa época de tanto desemprego, consegue enxergar, se locomover, mas diz que não consegue viver essa vidinha monótona e parte para as aventuras. Costumo dizer que este é um filme que de tanto passar, já está na seção da tarde e com o final decorado. Geralmente ou acaba-se tristemente só ou usados por alguém e às vezes os encontramos numa festinha, bebendo mais do que os outros para esquecer suas mágoas. Desafortunadamente, esses casos são muito comuns hoje em dia e todos nós reconhecemos essas pessoas. Muitos são pseudo-intelectuais, têm respostas pra tudo, acham a religião uma bobagem mas adoram ler Paulo Coelho e similares; não vão à Igreja a não ser em casamentos e missas de sétimo dia, mas acreditam em cartomantes, horóscopos e tarôs, não tendo um verdadeiro conhecimento do que Jesus Cristo nos pede.

Fosse possível reparar que quando se vive o cristianismo, as uniões são duradouras, não porque se tenha menos dificuldades, mas porque Àquele Deus que estava presente na cerimônia, participa do dia-a-dia do casal, ajudando na formação da família na solução dos problemas. Como é bonito ver um casal chegar feliz às bodas de ouro , saber que isso é possível por mais árdua que tenha sido a jornada e ver os descendentes pessoas bem formadas. Será que isto é uma coisa ultrapassada ou são as pessoas de hoje que esqueceram do que é amar?

Amigos, acredito no homem. O progresso na ciência, nas artes e na área médica tem nos provado que é possível essa credulidade; todavia, sempre no fim de um período é necessário que este homem se recicle principalmente dentro daquelas perspectivas ou seja, do que quer da sua própria vida. Se almejamos um futuro povoado de andrógenos sexuais, bárbaros e sem sentimentos, ou um mundo onde se possa contar com um vizinho, se respeite uns aos outros e tendo o aconchego de Deus como meta.

Possam nossos filhos encontrar uma realidade muito melhor do que a nossa, sem violência, tóxicos e com mais respeito aos compromissos assumidos.