A g n u s D e i

OS MÁRTIRES
por: pe. Domingos Dorigon
fonte: Folheto "O Domingo" de 26.01.1997

A Igreja do primeiro milênio nasceu do sangue dos mártires: "sangue dos mártires, semente de cristãos" (Tertuliano). Os mártires tornaram-se um patrimônio de santidade que caracterizam as primeiras gerações cristãs.

No final do segundo milênio tornou-se novamente a Igreja dos mártires. Basta lembrar quantos sacerdotes, religiosos(as), leigos(as) e bispos realizaram a grande sementeira de mártires no Brasil e em outros países. O seu testemunho de compromisso com Cristo até ao derramamento do sangue tornou-se patrimônio comum dos católicos, ortodoxos, anglicanos e protestantes. É um testemunho que não pode se esquecer. Pelo contrário, deve-se recuperar os que estão caindo no esquecimento. Que as Igrejas locais façam tudo para não deixar perecer a memória daqueles que sofreram o martírio nos primeiros séculos, aqueles que derramaram seu sangue nos nossos dias, ou que deram a vida para construir a comunidade em que vivemos.

A lista dos mártires dos primeiros séculos constituiu a base do culto aos santos. A Igreja, venerando a santidade de seus filhos e filhas, presta honra ao próprio Deus; nos mártires venera Cristo, que está na origem do martírio e santidade. No Brasil, a veneração aos mártires e santos sustenta o catolicismo popular e tradicional, através de romarias e peregrinações, festas e devoções particulares.

É preciso reconhecer a expressão religiosa "as sementes do Verbo", recuperando a eclesiologia do Povo de Deus, que valoriza a caminhada e a participação comunitária. Fazer da memória dos mártires e da devoção aos santos mártires um "húmus", isto é, um terreno propício e precioso para a evangelização, em preparação do novo milênio, nas comunidades.

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