Uma obrigação elementar do pai de família é o bom exemplo que deve dar aos filhos. Na sua linguagem cheia de sabedoria diz o povo: "Tal pai, tal filho"! É que antes de ensinar, cumpre a qualquer educador mostrar com seus atos a beleza de uma existência virtuosa. Foi assim que procedeu o Mestre divino, Jesus Cristo, que segundo o Livro dos Atos dos Apóstolos "começou a fazer e a ensinar" (Atos 1,1).
Em primeiro lugar a demonstração de uma fé firme que não se dobre ao respeito humano nem a graves omissões. Firmeza no cumprimento exato, universal de tudo que Deus prescreve na Bíblia. Respeito constante às realidades sobrenaturais. O valor das convicções dos filhos está na razão direta daquilo que eles contemplam espelhado no comportamento paterno. Seja o pai humilde e piedoso e terá fatalmente seguidores fiéis naqueles dos quais assumiu a paternidade.
Grande parte dos desvios dos filhos se deve inquestionavelmente à conduta errônea de seus progenitores. Ao lado do exemplo, cumpre ao pai uma vigilância permanente no sentido de bem orientar aqueles que Deus lhes confiou. Trata-se de uma solicitude que revela o interesse pela felicidade daqueles dos quais é responsável. Um bom pai de família está inteiramente a par de tudo que ocorre com seus filhos, orientando-os não apenas para que tenham o temor de Deus que é o início da sabedoria (Prov 1,7), mas ainda observando os rumos que devem dar à sua existência nos estudos, nas amizades, nos divertimentos.
Vigilância dentro e fora de casa. Isto não quer dizer que haverá uma implicância contraproducente, mas com os dados que vai captando o pai tem elementos para conversar, dialogar com seus tutelados. Deste modo a correção será sempre pedagógica. Com efeito, estarão afastados os arrebatamentos violentos, as irritações destemperadas, os clamores inúteis. Um pai autêntico age fortiter in re et suaviter in modo, isto é, firmemente, mas com modos suaves.
Tudo isto contribui fundamentalmente para que haja uma vera educação cristã. Jesus Cristo deve ser a base e o centro de toda formação. Tudo que um pai transmite ao filho deve proceder do Redentor e para Ele encaminhar-se, pois fora dele não pode haver ventura verdadeira. Daí a aversão a todo e qualquer tipo de impiedade. Formar uma alma cristã é a mais nobre tarefa que pode haver neste mundo. São João Crisóstomo afirmou: "Admiro o artista que faz reviver em sua tela os rasgos de seu modelo; ao escultor que, trabalhando a argila, a faz reproduzir a imagem de uma pessoa amada; mas admiro muito mais aquele que se dedica à arte de dirigir um coração jovem, a modelar suas inclinações e formar sua alma". Eis aí a nobilíssima tarefa de um pai de família. Bossuet assim falou aos pais: "Sois os primeiros e principais catequistas de vossos filhos. Com efeito, antes que venham à Igreja, os inspirais junto com o alimento que lhes dais, a sã doutrina que a Igreja vos dá para eles. Sois os principais catequistas porque a vós cabe lhes explicar o catecismo e fixem na mente e na vida seus ensinamentos os quais eles jamais esquecerão". O Cardeal Mercier lembra então aos pais que seja qual for sua condição social eles têm a graça de estado para bem mostrar aos filhos os caminhos de Deus.
Que todos os pais se conscientizem desta sua responsabilidade e o mundo, sem dúvida alguma, será melhor.
