A g n u s D e i

A INTERCESSÃO DE MARIA
fonte: Folheto "Deus Conosco" de 19.01.1992

[O episódio do casamento de Caná da Galiléia, onde Jesus, a pedido de sua mãe, transformou a água em vinho], é um exemplo inequívoco da solicitude maternal de Maria, que se mostra sensível à necessidade do próximo - neste caso, os novos esposos. E vemos também a eficácia de sua intercessão junto a seu Filho, Jesus Cristo. Assim foi entendido desde sempre pelo povo cristão, que através dos séculos tem confiado na mediação da Mãe do Senhor, venerando-a e invocando-a continuamente.

O Concílio Vaticano II afirmou: "Ela se tornou para nós mãe na ordem da graça" (LG 61). Esta maternidade de Maria perdura ininterruptamente, a partir do consentimento que ela fielmente prestou na Anunciação, e que sob a cruz resolutamente manteve, até a perpétua consumação de todos os eleitos. Assumpta aos céus, não abandonou este salvífico múnus, mas por sua multíplice intercessão prossegue em granjear-nos os dons da salvação eterna. Por sua maternal caridade cuida dos irmãos de seu Filho, que ainda peregrinam rodeados de perigos e dificuldades, até que sejam conduzidos à feliz pátria (LG 62).

Tudo em Maria tem raiz, orientação e sentido cristocêntrico. Isto porque tudo nela parte e se refere à sua condição de Mãe virginal de Cristo, que é Deus. Esta maternidade divina de Maria é a expressão do povo cristão que, com as mil e uma invocações, venera e invoca a Virgem em todo o mundo. Todos os títulos marianos, assim como as solenidades litúrgicas referidas a Maria, não são coisa paralela ao mistério de Cristo, que celebramos ao longo do Ano Litúrgico, mas fazem parte dele.

É a maternidade divina de Maria a explicação do cumprimento de seu mistério e missão; é sua razão de ser, seu condicionamento prévio e posterior: a Imaculada Conceição e Assunção gloriosa, passando por sua virgindade e sua participação nos episódios da infância, vida apostólica, paixão, morte e ressurreição de Jesus, assim como no prolongamento deste na vida da Igreja pelo seu Espírito.

A Mãe do Senhor representa a Mulher nova e, junto com Cristo, a Humanidade restaurada na amizade de Deus que o pecado havia rompido. Maria é a perfeita cristã, a primeira discípula de Cristo, que escutava a Palavra de Deus, meditava-a em seu coração e a punha em prática em toda a sua vida. Maria precedeu-nos no exemplo da fé, entrega, disponibilidade e serviço a Deus e aos irmãos. Por isso, ela é para nós o modelo da caridade e da perfeita união com Cristo.

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