No dia 31 de outubro [de 1999], a Igreja Católica e a Federação Luterana Mundial assinaram a Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação, estabelecendo um consenso sobre a salvação por meio da fé. A cerimônia foi realizada na cidade alemã de Augsburgo, local onde o monge Martinho Lutero expôs as 95 Teses que deram origem à Reforma Protestante, no dia 31 de outubro de 1517.
A salvação foi um dos pontos principais na divergência entre Lutero e a Igreja Católica. Enquanto os católicos acreditavam que era preciso ter fé e praticar boas obras para alcançar a salvação, os luteranos pregavam que esta só depende da fé, pois Deus a concede sem exigir nada em troca.
Com a Declaração Conjunta, ambas as religiões passaram a concordar com a tese de que a salvação se dá através da fé, mas que as boas obras contribuem para a afirmação dessa fé.
Saudando o acordo, o papa João Paulo II afirmou que o documento é um marco histórico "no difícil caminho para a união dos cristãos". Na própria Declaração está explicitado que "a compreensão da doutrina da justificação mostra que entre luteranos e católicos há um consenso em verdades básicas". O diálogo entre as duas Igrejas começou no início dos anos 60, e, por iniciativa do papa Paulo VI, foi formada, em 1967, a Comissão Mista Internacional Católico-Luterana, que acabou produzindo a Declaração Conjunta recém-assinada.
Além de contribuir para o estreitamento do diálogo inter-religioso entre todos os cristãos, o documento tem como objetivo combater o mercantilismo dentro das igrejas neopentecostais.