FORMAÇÃO E HISTÓRIA
O povo de Israel se formou entre os anos 1300 e 100 a.C.. É o chamado tempo da confederação das Doze Tribos de Israel.
O período monárquico em Israel começa em 1040 a.C. e termina em 586 a.C.. É a grande fase do profetismo em Israel.
Com a morte de Salomão em 931 a.C., o grande império de Davi e Salomão se dividiu em dois: o Reino de Judá (ao sul) e o reino de Israel (ao norte).
No ano 722 a.C., o Reino do Norte (Israel) caiu sob o poder do Império Assírio e nunca mais se restabeleceu.
O exílio da Babilônia começa em 586 a.C e termina em 538 a.C.. Depois do exílio, Israel nunca mais se tornou politicamente independente.
Com o fim do exílio da Babilônia, em 538 a.C., a Judéia se tornou colônia persa. A Judéia pouco a pouco se estruturou de forma religiosa sob a liderança dos sacerdotes.
Em 333 a.C., Alexandre o Grande derrota os persas e a Judéia passa a ser colônia grega. A cultura helênica começa então a exercer influência no judaísmo.
A revolta dos Macabeus se dá entre 167 e 164 a.C.. Foi liderada por Judas Macabeu e avolumou-se aos poucos da periferia para Jerusalém, a capital.
No ano 63 a.C., a Palestina passa a ser domínio do Império Romano. Esse domínio abrangeu todo o Novo Testamento até o final do séc. IV d.C..
Portanto, Herodes o Grande, aquele que mandou matar as crianças de Belém, deve ter morrido no ano 4 a.C., o que faz que o nascimento de Jesus tenha se dado em 6 a.C.. Depois da morte de Herodes o Grande, em 4 d.C., a Palestina foi dividida entre seus três filhos: Herodes Antipas governou a Galiléia e a Peréia; Filipe, a Ituréia e a Traconítide; Arquelau, a Judéia, Samaria e Iduméia.
Herodes Antipas foi tetrarca da Galiléia de 4 a 34 d.C.. Foi responsável pela morte de João Batista e esteve envolvido com o processo de Jesus, juntamente com Pôncio Pilatos (cf. Lc 23,8-12).
Depois de 6 d.C., a Judéia tornou-se província romana governada por um "prefeito" dependente do legado da Síria. Pôncio Pilatos foi o 5º "prefeito" ou procurador que governou a Judéia, de 26 a 36 dC.
A morte de Jesus deve ter ocorrido em 30 d.C.. Era sexta-feira, véspera da Páscoa judaica que, nesse ano, caiu num sábado.
O judaísmo oficial praticamente se extinguiu em 70 d.C., quando Jerusalém foi retomada pelos romanos e o Templo destruído.
O Israel atual é tão pequeno quanto o antigo: apenas 255 km de norte a sul e 75 km de leste a oeste. Sua área é semelhante ao estado do Sergipe
. Apesar de pequeno, Israel possui grandes e férteis planícies, montanhas que alcançam 2750 metros de altitude, desertos áridos e um vale tropical situado a mais de 390 metros abaixo do nível do mar.
REGIÕES
A Tranjordânia é a região que fica no lado oriental do rio Jordão. O lado ocidental chama-se Cisjordânia.
Qumran era uma região a sudoeste de Jericó, perto do mar Morto, em cujas grutas foram escontrados muitos textos bíblicos e apócrifos atribuídos aos essênios.
CLIMA E AGRICULTURA
O clima de Israel é muito variado, o que influi sobre a vida das pessoas. No inverno pode nevar em Jerusalém, enquanto que em Jericó, distante apenas 30 km, pode fazer forte calor.
Em outubro/novembro caíam as primeiras chuvas depois da longa estação de verão. Daí até janeiro, era o tempo de arar e semear.
Apesar da hostilidade do solo palestinense, a maioria do povo trabalhava na agricultura. Boa parte do país era desértica e montanhosa, não se prestando ao cultivo.
O arado geralmente era uma simples estaca de madeira, com cabo e ponta de ferro. Era preso a uma canga e puxado por um ou dois bois.
Na Palestina, a semeadura precedia o preparo da terra. Por isso, muitas sementes se perdiam em meio a pedras, espinheiros ou no caminho (cf. Mt 13,4-9).
Nos inícios de sua existênica, o povo de Israel, a partir do sistema tribal, cultivou o ideal igualitário, repartindo equitativamente a terra entre todos.
A partir da monarquia, com o sistema tributário, pouco a pouco o povo de Israel foi perdendo sua terra. Os profetas sempre criticaram esse sistema, exigindo sua superação.
Um agricultor israelita não possuía mais terra além do que pudesse cultivar com sua família e talvez com a ajuda de alguns empregados. Toda a família participava do trabalho.
Nos tempos bíblicos conheciam-se menos espécies de cereais do que hoje. Os mais comuns eram o trigo, a cevada, a espelta e o milho miúdo. No tempo de Jesus, a cevada era o alimento dos pobres.
O agricultor israelita plantava cereais nas terras aráveis e cultivava oliveiras e videiras nas encostas. Podia ainda ter um pequeno rebanho de ovelhas e cabras, entregue aos cuidados de um filho ou empregado.
Os principais problemas enfrentados pelos agricultores eram: a seca, os fortes ventos do leste (siroco) capazes de levar embora o solo seco, as pragas de gafanhotos e os exércitos invasores.
O trigo era cultivado nos poucos vales férteis de Israel (planície filistéia, vale do jordão, planície de Jezrael). O cultivo da cevada era mais difundido pois ela se desenvolve mais depressa e cresce em terras menos férteis.
O pão era o alimento básico do povo bíblico. Era feito de vários cereais. A expressão não ter pão para comer significa passar fome.
Os agricultores israelitas recolhiam as pedras do terreno e com elas construíam terraços ao longo das encostas para reter o solo fértil.
Perto da casa ou entre as videiras, cultivavam-se verduras e legumes, como lentilha, feijão, cebola, pepino, alho e condimentos.
As uvas serviam para fazer vinhos e passas. As videiras eram cultivadas sobretudo em Judá, onde o clima é mais quente. São famosas as vinhas de Engadi, perto do mar Morto.
Quando as uvas começavam a amadurecer, erguia-se uma cabana de galhos ou uma torre de pedra onde as pessoas da família montavam guarda contra possíveis ladrões, raposas e chacais.
A colheita e o esmagamento das uvas ttranscorriam em clima de festa. Eram necessários 40 dias para que a borra se sedimentasse. O vinho a seguir era colocado em odres novos de pele de cabra.
O linho era cultivado em certa quantidade para fazer tecidos. Era semeado na estação das chuvas e colhido antes da cevada e do trigo.
O linho era usado não somente para fazer roupas, mas também para confeccionar velas de navios. Era cultivado na Galiléia, na região de Jericó e na planície costeira do sul.
De setembro/outubro até novembro era tempo de colher e prensar as azeitonas. As oliveiras resistem a longo período de seca e crescem até em terreno pedregoso.
As azeitonas eram transportadas em cestas e despejadas em barricas ou tinas onde, nos tempos mais antigos, o oléo era espremido pisando-se as azeitonas com os pés ou amassando-as com o pilão.
A debulha das espigas era feita batendo-se os feixes com uma vara ou fazendo-os pisar por animais que, em geral, arrastavam sobre elas um peso ou grade.
Limpavam-se os cereais atirando-os para o ar com um forcado ou pá de madeira. A palha voava e o grão - mais pesado - caía na eira. A palha era usada para alimentar o gado no inverno.
Os cereais, depois de peneirados, eram guardados em grandes recipientes de cerâmica ou cisternas (silos), escavadas no chão ou em celeiros.
Árvores frutíferas: amendoeira, figueira, sicômoro, oliveira, tamareira, romãzeira e videira.
Árvores não frutíferas: acácia, cedro, murta, abeto, pinheiro, carvalho, álamo, terebinto e salgueiro.
ANIMAIS
Os animais de criação que a Bíblia conhece são: ovelhas, cabras, bois e jumentos.
Os jumentos serviam para o transporte de carga e os bois para arar.
As ovelhas serviam principalmente para fornecer lã e ocasionalmente eram abatidas para a alimentação. Em Israel, a cauda gordurosa da ovelha era considerada um excelente prato. Os mais pobres faziam coalhada com o leite das ovelhas.
O pêlo da cabra servia para fazer panos grosseiros e a pele para fazer recipientes (odres).
Animais criados por pequenos proprietários: ovelhas e cabras.
Animais criados pelos latifundiários: bois.
Animais selvagens: urso, raposa, chacal, leopardo, leão, lobo, cervo, gazela e ratazana
Animais de carga: jumento, mula, camelo e cavalo. Jesus entrou em Jerusalém montado num jumento, montaria dos pobres.
Aves migratórias: grou, cegonha e pavão. O rei Salomão importou pavões como aves ornamentais para o seu palácio.
Aves de rapina: águia, abutre e coruja.
As aves oferecidas em sacrifício pelos judeus eram: pombas e rolas.
O pastor conduzia as ovelhas. Dava-lhes nome e cuidava delas dia e noite. A noite, o pastor recolhia as ovelhas em recintos fechados com taipas de pedras.
O pastor usava um bastão (cajado) para ajudar as ovelhas caídas a levantar-se e andava armado com um porrete. Se lhe roubassem uma ovelha, devia indenizar o dono.
Na época do Novo Testamento, os pastores eram malvistos porque em geral andavam com seus rebanhos pelas propriedades dos outros.