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CRITÉRIOS DE COLABORAÇÃO ECUMÊNICA NAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS
6. A era de comunicação e de informação, que hoje se está formando, contribui a criar novas
relações entre as pessoas e as comunidades e exige - por parte dos cristãos - uma união cada vez
mais profunda por meio de uma intensa colaboração.
As iniciativas ecumênicas e a ação cristã comum se inspiram na mensagem e nas decisões do
Concílio Vaticano II, (2) e põem igualmente em prática as orientações dos ulteriores documentos
eclesiásticos. (3) Todas elas ilustram a união que existe já entre as Igrejas e as comunidades cristãs.
Uma tal atitude colaborará certamente a tornar mais críveis a tarefa e as modalidades de
evangelização a serviço do Reino de Deus.
7. A colaboração ecumênica se pode realizar em todos os campos da comunicação social e é, por si
mesma, um testemunho oferecido ao mundo. Dado que os meios de comunicação ultrapassam os
limites normais do espaço e do tempo, esta colaboração deverá ser ao mesmo tempo local, regional
e internacional.
Esta pedirá às vezes, em espírito de reciprocidade, a participação de comunicadores católicos nas
produções de outras Igrejas e comunidades cristãs, como também a colaboração de outros cristãos
em certos programas católicos, inclusive a formação de équipes de cristãos no seio de organizações
seculares.
8. As modalidades de colaboração no setor das comunicações sociais dependem em grande parte
dos métodos próprios da comunicação social, que as organizações católicas internacionais têm a
tarefa de fazerem conhecer a fim de iniciarem os pastores e os fiéis a uma efetiva presença de
comunicação no seio da sociedade atual. A comunicação ecumênica exige, por esta razão,
intercâmbios entre os organismos internacionais da Igreja católica e os outros organismos cristãos de
comunicação. Esta colaboração se extende, evidentemente, aos âmbitos regionais e locais, de
acordo com as diferenças e as peculiaridades de cada meio de comunicação.
9. Os projetos comuns, lá aonde sejam oportunos, têm por finalidade permitir que os cristãos dêem
um testemunho comum de Cristo. Os projetos comuns não têm a intenção de debilitar a
autenticidade de Mensagem cristã e eclesial, nem de limitar as iniciativas especificamente católicas
(4).
10. A aplicação prática destes critérios gerais exige, por parte dos católicos comprometidos nestes
meios, um conhecimento profundo e uma prática fiel da própria fé. Supõe também uma confiança e
um conhecimento mútuo entre os cristãos, graças ao respeito que têm uns aos outros, com a
finalidade de colocar em comum as experiências comunicativas. Isto implica, por parte dos serviços
católicos de comunicação e dos católicos comprometidos com ela, dar uma comunicação veraz e
objetiva sobre o movimento ecumênico e sobre as outras Igrejas e comunidades cristãs. Este dever
nunca pode impedir a apresentação da mensagem católica em toda a sua plenitude.
A reciprocidade se embate muitas vezes em questões práticas concernentes à diferente organização
do apostolado das comunicações sociais, como também nos distintos meios econômicos colocados à
disposição. É necessário que as autoridades pastorais tenham em consideração estes problemas
práticos e permitam uma justa repartição dos recursos financeiros e uma harmonização dos métodos
de ação pastoral e de comunicação.
11. O Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais anima os esforços atuais e futuros de
colaboração ecûmenica no seio das comunicações sociais.
O Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais se compromete a procurar novas vias de
colaboração ecumênica, tendo em conta as possibilidades oferecidas pelos recentes descobrimentos
no campo das comunicações sociais, visando evitar toda dispersão de esforços neste setor de
permutas humanas, no qual são indispensáveis a organização e a programação.
Deveriam ser precisadas as prioridades a respeito da colaboração ecumênica, mediante acordos
recíprocos(5).
12. O dinamismo das organizações católicas e das instituições eclesiais de apostolado da
comunicação social é uma condição fundamental para uma cooperação construtiva, como também
uma garantia para a salvaguarda da mensagem católica na sua plenitude. Para isto é essencial o
desenvolvimento da formação - em todos os níveis do apostolado católico das comunicações sociais
- das capacidades profissionais, teológicas e tecnologicamente avançadas dos comunicadores
pertencentes à Igreja católica.
Uma cooperação apostólica mais estreita entre as organizações católicas internacionais de
comunicação social (OCIC, UCIP, UNDA) (6) favorecerà uma melhor colaboração ecumênica.
13. A formação de comunicadores católicos deve incluir uma séria preparação ecumênica, (7) de
acordo com as diretrizes da Santa Sé e das autoridades pastorais locais e regionais.
14. Seria igualmente útil uma colaboração entre os cristãos no campo dos novos meios de
comunicação: principalmente quanto ao uso comum dos satélites, das redes via cabo, dos bancos de
dados e, globalmente, da informática, começando pela compatibilidade dos sistemas.