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Pessoas simples. Por certo, pobres,
não puderam sequer estocar vinho.
Ou muito boas, convivas sobravam,
Pois secara o vinho nos odres.
Mas que vexame não seria o deles,
não fora Maria que, de solícita,
notara, a tempo, a amiga aflita.
- Eles não têm mais vinho.
Era Maria falando a Jesus,
como que apenas o pondo ciente
desses cuidados de mulher,
de mulher que compartilhava
da amiga o vexame iminente,
e, tranqüila, contava com Jesus,
seu filho compassivo sempre.
- Que tenho a ver nisso contigo?
Meu tempo ainda não chegou.
Ora, Jesus o pedido entendera,
pois quando uma mãe fala assim!
E não respondera por mal.
Mas o certo era que de seus sinais
a mensagem uma função teria,
tornar presente a Boa Nova do Reino,
não o cuidado humano que a afligia.
- Fazei tudo o que vos disser.
Maria falou - previdente fé,
recomendando Jesus aos serventes.
Ela conhecia o filho que tinha.
E Ele, o filho, também sabia
que, sim, sua mãe se lhe antecipara.
Pois, como acertara no vinho!
Mas pudera, sua mãe era Maria!
Que era falta de bebida somente,
sim, era, todavia, o vinho,
fruto da vide, que teria
sagrada participação no Reino.
E sua bênção ao sacramento novo?
E a fé que sempre o dobraria?
E o pedido inspirado de Maria?
- Enchei de água essas talhas.
Era a esperada ordem aos serventes,
obedecida pressurosamente.
Depois, tal Jesus lhes dissera,
levaram-na ao mestre sala,
que perguntava da água/vinho:
- Este vinho sem precedente,
ao fim das bodas, quem lhes dera?
Foi esse o primeiro sinal do Reino,
nas bodas de Caná - o vinho.
Se a mãe Maria sempre crera,
os discípulos ora haviam visto:
Ele tinha poder divino.
Na sinagoga de Nazaré lera,
Isaías o dissera, era o Cristo.