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FALAR...?! CALAR...?! - PROCLAMAR!
Diógenes Pereira de Araújo

Que vale mais? Falar ou calar?

Existe o aforismo: "Falar é prata; calar é ouro".

Silenciar seria sempre a melhor conduta?

Deus é nosso modelo número um, pois à sua imagem e semelhança é que fomos feitos e, no entanto, Deus não é audível nos dias atuais. Deus está guardando silêncio...

No entanto Deus construiu o mundo através de seu falar. Lemos no livro do Gêneses que as coisas se construíram através do falar de Deus: "e Deus disse..".

A fala de Deus construiu.

E quanto a nossa fala? Constrói também?

E, se fosse o caso de a nossa fala construir, o calar não seria uma omissão na construção?

Toda fala, toda palavra, ou constrói ou destrói, dependendo da qualidade de quem a pronuncia. Palavra ociosa inexiste.

Diante do exposto podemos concluir que o que nos compete é: "silenciar sempre"? Silenciar – sempre que nossa fala não construa – pode ser uma regra de conduta recomendável.

O "silenciar, sempre que nossa palavra não construir" parece recomendar-se também pelo fato de sabermos que toda palavra pronunciada é pronunciada para a eternidade, ou seja, toda palavra pronunciada permanece no espaço, difundindo-se em ondas.

A palavra é um extensão de quem a pronuncia. Entretanto, a Palavra de Deus que constrói, nos ordena falar, proclamar, evangelizar.

Como enfrentar esse desafio a nós proposto?

Diante dos fatos de que a palavra, toda palavra, ou constrói ou destrói sempre, de que a palavra é qual extensão da pessoa que a pronuncia, só nos resta um caminho, um desafio, uma obrigação: trabalharmos a qualidade de nossa pessoa - "sede santos como vosso Pai Celestial é santo", encorajou Jesus, Ele que é a extensão do próprio Pai:

"No princípio era a Palavra e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus."

Assim se lê no Evangelho de João, cap. 1, versículo 1, Bíblia Vozes/King James.

Nossas palavras só construirão na medida em que também nós formos uma extensão de Jesus, a palavra de Deus feita ser humano:

"Todas as coisas foram feitas por meio dela e sem ela nada se fez do que foi feito" (Jo 1,3).

Não somente foram feitas as coisas, mas também se fazem e se farão.

Existe, pois, o ditado popular assim expresso: "Falar é prata; calar é ouro".

Este aforismo tem sabedoria e sua razão de ser; entretanto levando-se em conta nossa obrigação de proclamar a Boa Nova, pode existir um falar que valha mais que ouro, que valha brilhante: o proclamar da Boa Nova.

Tal é o tema do poema adiante:


PROCLAMAR

Falar é prata mas calar é ouro
Porém algo há melhor do que diamante
Que vale mais que todos os tesouros
E seu valor é Deus quem nos garante

Quem quer que sejas, - falo como amigo -
Acolha o que eu te falo com carinho
Vem ao tesouro, vem junto comigo
Ao tal tesouro não se vai sozinho

Da posse do tesouro é pressuposto
Alguém que fale e alguém que ponha empenho
No ouvir e praticar com todo gosto

Por isto te convido a me escutar:
Tesouro é a Palavra a qual eu tenho
De ouvi-la e praticá-la e a proclamar


A palavra constrói, mas o que somos será mais eloqüente ou só será eloqüente o que falarmos na medida da coerência com o que somos, com o que vivemos.