Um dos que ouviram palavra tua
como: "- Segue-me", ou "- Vá em paz, filho";
discípulo que seguia o Mestre,
vivendo, dia e noite, andarilho.
Na verdade, nos assoma inveja
de então não ter sido teu amigo.
Perdoa-nos, é humana fraqueza,
porque sempre vivemos contigo.
Em tua memória estivemos sempre,
fomos teu objetivo, tua morte.
Lembremos o que de nós disseste
nos Evangelhos, que nos conforte.
Disseste que a semente de teu Reino
seria plantada no mundo inteiro,
semente pelos quatro anjos levada,
trigo futuro para teu celeiro.
"- Hão de vir do oriente e do ocidente,
como do norte e do sul hão de vir
pôr-se à mesa do banquete do Reino,
meus comensais, atraídos a mim."
Amarás a quem ouve tua palavra,
disseste : "- ...e meu Pai também o amará.
A meu amigo me revelarei
e habitaremos em seu imo lar."
"- Pai, rogo-te não só pelos presentes
mas pelos que crerão em tua Palavra."
"- Tomé, acreditaste porque viste,
Felizes os que sem ver serão crentes".
Sim, disseste, para consolo nosso,
na fé, tão somente, velas ao vento:
"- Estarei convosco todos os dias
até venha a consumação do tempo."
Gratos, Senhor, porque nos citaste,
os frutos, em amor eloqüente.
E não, Mestre, não só pensaste
naqueles que foram a semente.
