A g n u s D e i

OS MANDAMENTOS DA IGREJA
Autor: Terezinha de Jesus Carvalho

"Que alegria quando me disseram: vamos à Casa do Senhor! Por amor da Casa do Senhor, nosso Deus, pedirei para ti a felicidade!" (Salmos 121, 1.9)

  1. Os Mandamentos da Igreja são cinco (5) "Preceitos" ordenados pela Instituição Religiosa Católica criada por Jesus Cristo, que tem como objetivo, instruir e admoestar os fiéis cristãos sobre os seus deveres para com a Igreja, relacionados ao plano espiritual e material (Missa, Confissão, Comunhão, Jejum e Dízimos).

  2. O termo "Igreja" pode ser entendido no sentido de "Instituição Religiosa"; como o Corpo Místico de Cristo, onde Cristo é a Cabeça do Corpo; e ainda, como o Templo erguido em honra a Deus, onde os Pastores (Bispos, Sacerdotes/Padres) e Fiéis cristãos se reúnem em assembléia e em comunidade para prestar culto a Deus, adorá-Lo, louvá-Lo e glorificá-Lo; fazer suas orações e preces; assim como, para fazer suas ofertas e oferendas a Deus. O TEMPLO, Casa de Deus ou o Edifício da Igreja recebe vários nomes ou classificações, tais como: Capela, Ermida, Igreja, Santuário, Catedral e Basílica.

  3. A Casa do Senhor é a "morada de Deus" aqui na terra, do Deus-Conosco - o Emanuel, pois Ele se encontra presente no Tabernáculo (Sacrário) dia e noite em Corpo, Sangue, Alma e Divindade oferecendo-Se como fonte de vida divina e de salvação para toda a humanidade.

  4. A Igreja de Jesus Cristo é una e santa, e recebe a denominação de Igreja Católica Apostólica Romana, onde o Papa, sucessor de São Pedro, é o Pastor ou Chefe Supremo, atualmente chamado S.S. João Paulo II. É formada pelo Papa, Cardeais, Bispos, Sacerdotes, Diáconos e Religiosos, constituindo a Hierarquia Eclesiástica; e por todos os fiéis cristãos batizados em Cristo pelo poder do Espírito Santo.

  5. A Igreja Católica Apostólica Romana é assim intitulada porque:

    • IGREJA - é o Povo de Deus, que é o Corpo Místico de Cristo, sendo Cristo a Cabeça do Corpo.

    • CATÓLICA - sua área de atuação é universal, seguindo a mesma Doutrina de Jesus Cristo, Princípios e Normas em todo o mundo.

    • APOSTÓLICA - foi fundada e organizada na "tradição e ensino" dos Apóstolos seguidores de Cristo.

    • ROMANA - sua Sede é em Roma (Itália), onde São Pedro foi martirizado e sepultado, ao qual, Jesus outorgou as "Chaves dos Céus", ou seja, o Poder e a Autoridade de Cristo. "Disse Jesus: 'Tu és Pedro (pedra), e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus'" (Mateus 16,18-19).

  6. A Igreja de Jesus Cristo teve sua origem e início de atuação no mundo com a "Vinda do Espírito Santo" no dia de Pentecostes no Cenáculo de Jerusalém, estando presentes reunidos em oração, os Apóstolos, Maria - Mãe de Jesus e da Igreja - e os Discípulos de Jesus. Nessa ocasião, o Espírito Santo se manifesta através de "labaredas de fogo" sobre a cabeça de cada um deles, transmitindo-lhes a força propulsora para saírem em ação por todo o mundo testemunhando e anunciando Jesus Cristo a todas as nações, povos, culturas e indivíduos, na "linguagem própria" do Espírito Santo. (Atos dos Apóstolos 2,1-4). "O Espírito Santo tem a tarefa de levar a Igreja ao seu maior esplendor, para que assim se torne toda bela, sem mancha e sem ruga, à imitação de vossa Mãe Celeste, e possa difundir a Luz de Cristo para todas as nações da terra" (MSM, 3.6.90).

  7. MARIA: Mãe da Igreja, predestinada como a Filha Predileta do Pai Celeste, assumiu por desígnio e privilégio de Deus, a condição da "Nova Eva" isenta de qualquer mancha do pecado, até mesmo da "culpa original", tornando-se por meio de Jesus Cristo - o "Novo Adão", a "Mãe Espiritual" de toda a humanidade. "Não se pode falar de Igreja sem que esteja presente Maria" - disse o Papa Paulo VI. A Igreja que tem Maria é Igreja de Jesus porque Ela acompanhou o nascimento da Igreja e o seu crescimento, com aquela solicitude que demonstrou nas bodas de Caná da Galiléia: "Fazei aquilo que Ele (Cristo) vos disser", e agora, na Glória do Céu, Maria Santíssima se interessa pela nossa salvação.

  8. A Igreja é depositária e transmissora do Evangelho do Reino, cuja missão é anunciar e construir o Reino de Deus pela força e ação silenciosa e fecunda do Espírito Santo nas Comunidades cristãs espalhadas pelo mundo inteiro. Através da Sua Igreja, Jesus Cristo apresenta aos homens (o gênero humano) todos os meios necessários para a sua salvação: os Sacramentos, a Palavra de Deus, os Mandamentos, a Lei do Amor.

  9. O Sacerdote ou Padre, que foi ungido e consagrado ao Serviço de Deus para a salvação dos homens, destaca-se como o Homem de Deus e do Povo no contexto da missão salvífica da Igreja, pelo seu bom exemplo, dedicação, amor e zelo nas atividades das Comunidades cristãs locais, sendo portanto "sinal" e "presença" de Cristo na Igreja. É ele quem celebra a Eucaristia (Santa Missa), realiza as Celebrações Litúrgicas da Igreja, ministra os Sacramentos, prega a Palavra de Deus, perdoa os pecados, orienta e coordena os colaboradores na "obra" da Igreja; e assume o lugar de Cristo em oferecimento de vítima expiatória, intercedendo pela remissão dos pecadores. "Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque" (Hebreus 7,17).

  10. Os Pastores da Igreja (Bispos e Sacerdotes), como são os continuadores da obra redentora e salvífica de Jesus Cristo, necessitam do apoio e cooperação de todo o Povo de Deus reunido em torno de um mesmo Altar, destacando-se também como provedores dos bens espirituais e materiais das Comunidades cristãs mais pobres, carentes, isoladas, problemáticas ou distantes dos grandes centros urbanos. Contando portanto, com a ajuda pessoal e material de cada fiel cristão, o Homem de Deus e do Povo se engaja também na luta pela minimização ou solução dos problemas físicos e sociais dos mais necessitados e desprovidos dos bens materiais necessários à sua subsistência e sobrevivência. "Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia" (Mateus 5,7).

OS CINCO PRECEITOS IMPORTANTES DA IGREJA

  • 1º Mandamento: Participar da Santa Missa nos Domingos e Dias Santos.

    A participação na Santa Missa do "Dia do Senhor" ou dos Dias-Santos de Guarda é um dever obrigatório para todo cristão batizado, porque Jesus Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana, que é o Domingo. "Por que buscais entre os mortos Aquele que está vivo? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como Ele vos disse, quando ainda estava na Galiléia" (Lucas 24,5-6), disseram dois Anjos de vestes resplandescentes às santas discípulas que foram ver o Corpo de Jesus no sepulcro. A Santa Missa é o Santo Sacrifício de Cristo que foi consumado no Calvário, sendo renovado e celebrado do nascer ao pôr-do-sol em todo o mundo pela salvação da humanidade. Faltar à Missa aos Domingos e Dias santos sem nenhum motivo que impeça de assisti-la ou de ir até o Templo do Senhor é considerada falta grave pela Igreja, ficando portanto, o fiel cristão impedido de receber a Comunhão ou Eucaristia. Os Dias santos de Guarda são quatro:

    • 1º de Janeiro - Festa da Santa Mãe de Deus;
    • Festa do Corpo e Sangue de Jesus - Corpus Cristi (a data varia, de acordo com o Calendário Litúrgico da Igreja);
    • 8 de Dezembro - Festa da Imaculada Conceição de Maria;
    • 25 de Dezembro - Festa do Natal em que se celebra o Nascimento de Jesus Cristo na pobre gruta de Belém, ou seja, da vinda do Salvador ao mundo.

  • 2º Mandamento: Confessar-se ao menos uma vez cada ano.

    O segundo mandamento prescreve que o cristão batizado deve confessar-se ao menos uma vez por ano; mas como o gênero humano tem uma natureza, digamos, corrupta devido a herança do pecado original cometido pelos primeiros pais (Adão e Eva) no início da Criação, o espírito necessita de uma "limpeza espiritual" constante para não acumular muitas faltas ou pecados graves (mortais) que comprometem a salvação da alma. E é através do Sacramento da Reconciliação ou Confissão Sacramental que a Igreja de Cristo proporciona ao homem a reconciliação com Deus e com os irmãos, libertando dos males espirituais com o perdão dos pecados. "Se vossos pecados forem escarlates, tornar-se-ão brancos como a neve! Se forem vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã!" (Isaías 1, 18).

  • 3º Mandamento: Comungar ao menos pela Páscoa.

    Comungar ao menos pela Páscoa ou "fazer a Páscoa" como prescreve a Igreja, é cumprir um dever muito antigo que já fazia o Povo de Deus do Antigo Testamento. Celebrar a Páscoa recebendo a Comunhão ou Eucaristia significa o encontro e comunhão com Jesus Cristo que liberta de todo o mal, ou seja, é celebrar a libertação ou "passagem" de uma vida de escravidão no pecado para uma vida nova com Cristo.

  • 4º Mandamento: Jejuar e não comer carne quando manda a Santa Igreja.

    A Santa Igreja prescreve no quarto mandamento que a Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira da Paixão são dias de se fazer jejum do corpo ou de alimentos com abstinência de carnes nestes dias, em respeito à Morte de Jesus Cristo na Cruz e como meios de penitenciar o corpo e o espírito, a fim de que os "canais da graça" sejam liberados da mancha dos pecados do egoísmo e do orgulho.

  • 5º Mandamento: Pagar Dízimos, conforme o costume.

    O quinto mandamento da Igreja prescreve e adverte que os fiéis cristãos batizados em Cristo também são responsáveis e provedores da construção do Reino de Deus aqui na terra, providenciando os meios materiais com as ofertas ou dízimos, a fim de prover o sustento ou salário daqueles que lhes anunciam o Evangelho do Reino, "pois o operário merece o seu sustento" (Mateus 10, 10); manter, construir ou conservar o Templo erguido em honra a Deus; assim como, auxiliar a Instituição Religiosa Católica através dos Seminários, na formação dos Sacerdotes para prestarem serviço a Deus e ao Seu Povo. "A messe é grande, mas os operários são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe" (Mateus 9, 37-38).

    "Conforme o costume": a Igreja, de certo modo, não estabelece uma quantia "exata" do que se deve pagar nas ofertas dos dízimos, mas deve ser cumprido com uma certa constância e freqüência, de preferência, mensalmente, se o nosso trabalho é remunerado mês a mês, de conformidade com os valores ou quantias recebidas individualmente de cada salário, economia ou produção, cumprindo o Preceito da Igreja com um certo grau de generosidade, bondade, alegria, espontaneidade (sem constrangimentos) e discrição, uma vez que o "Divino Mestre" disse que se deve fazer as boas obras em segredo, esperando a recompensa e o louvor somente de Deus, porque Ele é poderoso e fiel para cumular-nos de todas as bênçãos de que necessitamos. "Cumpri vossa tarefa antes que o tempo passe e, no devido tempo, Ele vos dará a recompensa" (Eclo 51, 38).

    • DÍZIMO significa a percentagem de 10% do que ganhamos honestamente, produzimos, ou colhemos nos campos, nas lavouras, nos rebanhos, etc. O dízimo é uma oferta ou oferenda que reservamos para Deus, em sinal de gratidão e reconhecimento pelos inúmeros benefícios que usufruímos da Natureza (a chuva, o sol, a terra, o ar, a água, as árvores, os animais, etc.); do "fruto" do trabalho (salários); e das "benesses" espirituais, morais, físicas ou materiais que recebemos da generosidade de Deus.

    • Desde os tempos primitivos da Criação, era costume do Povo temente a Deus, fazer-Lhe "oferendas", através de holocaustos, sacrifícios, dízimos; das primícias dos seus rebanhos; da colheita mais proveitosa de seus campos; e dos melhores frutos que a terra poderia produzir. Inclusive, era também oferecido e consagrado a Deus todo primogênito varão para que este pudesse estar sempre a serviço de Deus e da Casa do Senhor. Tudo isso era feito de forma muito consciente, alegre e espontânea em espírito de gratidão a Deus, cumprindo a Lei que determinava o modo de viver de um povo, seus costumes e tradições. "Se fordes dóceis e obedientes, provareis os melhores frutos da terra; se recusardes e vos revoltardes, provareis a espada. É a boca do Senhor que o declara" (Isaías 1,19-20).

    • Deus faz uma promessa de "bênçãos divinas" a todos aqueles que reservarem uma parte de suas colheitas, rebanhos, salários ou economias para destinarem à manutenção da Sua Casa, ou seja, o Edifício da Igreja, a Instituição Religiosa, a Comunidade-Igreja, incluindo a formação dos Sacerdotes nos Seminários católicos, a fim de que todos possam usufruir dos benefícios e benesses necessários à vida espiritual, moral, material e física (saúde, bem-estar, conforto, etc.). "Para vos beneficiar afugentarei o gafanhoto, que não destruirá mais os frutos de vossa terra e não haverá nos campos vinha improdutiva - diz o Senhor dos exércitos" (Malaquias 3, 11).

    • JESUS ratificou a necessidade das "ofertas" ou "oferendas" materiais à Sua Igreja, quando Ele observava como as pessoas colocavam suas quantias em dinheiro no "Cofre do Templo": os ricos destinavam grandes quantias daquilo que lhes sobravam; uma pobre viúva destinou apenas duas pequenas moedas que eram do seu sustento material, ou digamos, do seu salário. E Jesus disse que aquela pobre viúva pôs mais do que os outros porque ela dividiu do pouco que tinha para se manter, repartindo com Deus (a Casa de Deus). Conseqüentemente, foi ela quem mais agradou a Deus recebendo maiores "bênçãos e benefícios". "Disse Jesus: 'Em verdade vos digo: esta pobre viúva pôs mais do que os outros. Pois todos aqueles lançaram nas ofertas de Deus o que lhes sobrava; esta, porém, deu, da sua indigência, tudo o que lhe restava para o sustento'" (Lucas 21, 3-4).

        "Pagai integralmente os dízimos ao tesouro do Templo, para que haja alimento em minha Casa. Fazei a experiência - diz o Senhor dos exércitos - e vereis se não vos abro os reservatórios do Céu e se não derramo a minha bênção sobre vós muito além do necessário" (Malaquias 3, 10).


Referências:
  1. Bíblia Sagrada
  2. "Unidos Em Cristo" - pe. Fábio Bento da Costa, C.Ss.R.