A g n u s D e i

SÁBADO OU DOMINGO?
por: Carlos Ramalhete

Um amigo que andou dando ouvidos a adventistas de sétimo dia me escreveu com suas dúvidas sobre a questão do sábado ou domingo (em negrito):

Vou lhe falar alguns argumentos que eu conheço contra o Domingo como dia santo, e gostaria de saber sua opinião ou como você pode "desmascarar" essas colocações.

  • Esses "argumentos" me lembram a frase de Voltaire: "Mintam, mintam sempre; um pouco sempre fica". Eles parecem saídos diretamento do livro "O Grande Conflito", de Ellen Gould White (fundadora da seita adventista). Vc leu este livro, ou foi alguém que o leu que te disse essas coisas?

Primeiramente, a respeito do que o senhor escreveu (em outra mensagem): qual a evidência disto: com a ressurreição, Jesus "re-criou" o mundo???

  • Atos 10,15. Um anjo diz a São Pedro para não chamar de impuro ao que o Senhor purificou (tratam-se de comidas proibidas pela Lei de Moisés); ora, essas coisas que eram impuras para os judeus são criaturas de Deus, parte da natureza. O Senhor, entretanto, as purificou (como nós somos purificados pelo batismo). Será que Ele teria purificado apenas as comidas que o anjo levou a São Pedro? Claro que não. Ele purificou o mundo, e é a esta purificação que chamamos re-criação.

O fato de Jesus aparecer aos discipulos no domingo, e de ter revelado o apocalipse à João(no dia do Senhor, não no domingo), indica que o domingo se tornou santo??? Esses fatos testificam a santidade do domingo?...

  1. O Dia do Senhor é o Domingo, também chamado "o oitavo dia", ou "o primeiro dia da semana". Domingo, como falei antes, quer dizer justamente "dia do Senhor", em latim.

    Um dos documentos mais antigos da Igreja, a Epístola de Barnabas (74 d.C., anterior ao Apocalipse, escrito no fim do século I) já dizia: "Guardamos o oitavo dia (o domingo) com alegria, o dia em que Jesus levantou-se dos mortos" (Barnabás 15:6-8).

  2. Não se trata apenas de ter aparecido ou revelado no domingo; todas as datas importantes do NT são no domingo: a Ressurreição, ter aparecido aos Apóstolos, Pentecostes, a Ascensão...

    O sábado, como nos ensina São Paulo, é uma figura do que depois viria, uma lei preparatória para a Revelação em Cristo. Do mesmo modo como não há mais sacrifícios de animais, sim o Sacrifício do Calvário, não há mais a circuncisão, sim o batismo, não há mais o sábado, sim o domingo.

O sábado não foi instituido na Lei de Moisés, mas na criação, vc sabe, e Deus abençoou, SANTIFICOU (por que trocaria por outro dia, se Ele santificou o sétimo?) e descansou no sétimo dia... se houvesse algo no futuro que fizesse mudar este memorial de benção, santificação e descanso, não teria que estar totalmente revelado, para que não houvesse duvidas?O fato de Jesus ressucitar no domingo, indica que é para se trocar o dia do memorial da criação? Jesus não veio realizar um trabalho no mundo (revelar Deus e salvar o homem)... não podemos ver o fato dEle não ressucitar no Sábado como mais uma comprovação de que é para se descansar do trabalho no Sábado, assim como manda a Lei?

  • Não. A Lei de Moisés é uma lei preparatória, um "pedagogo", como diz São Paulo (um "pedagogo" era o equivalente da época a um cursinho pré-vestibular, algo que serve apenas para preparar para uma prova,para um aprendizado verdadeiro no futuro).

    Como lei preparatória, ela trazia em figura toda a nova Lei, mas não claramente. Ela estava lá para preparar os judeus, não para salvá-los. É a ela que S. Paulo se refere ao dizer que não é pelas obras da Lei que alguém é salvo. Entre as obras da Lei está o sábado.

    Além disso, está muito claro que é o domingo e não o sábado o dia santificado, já que a Igreja sempre santificou este dia. A Bíblia só teve o seu cânone (lista de livros que a compõem) fechado no ano de 397, sob a autoridade do Papa São Dâmaso I. Nenhum cristão pensaria em descansar no sábado e rabalhar no domingo, naquela época; centenas de cristãos já haviam sido martirizados pelos romanos por se recusarem a trabalhar no domingo, era algo público e notório que os cristãos descansavam no domingo e não no sábado. Os judaizantes (que queriam descansar no sábado e seguir as outras leis cerimoniais do Antigo Testamento) já haviam sido afastados da Igreja, especialmente por São Paulo (que repreendeu publicamente São Pedro, o primeiro Papa, por fazer concessões aparentes a eles e fingir concordar com suas heresias).

    Convém lembrar que a Bíblia é filha da Igreja, não Sua Mãe. É a Igreja que é a "Coluna e fundamento da verdade" (1Tim 3,15), não a Bíblia. Toda a Bíblia é verdadeira, inspirada por Deus e boa para ensinar, mas nem toda a Verdade está na Bíblia, muito menos escrita de modo a ser facilmente compreendida (Cf. 2Pd 3,16).

    Uma boa metáfora seria um livro de matemática. Um bom livro de matemática não tem erros, mas tampouco tem toda a matemática nele. Do mesmo modo, entender matemática é possível sem o livro e com um bom professor, mas não é possível entender tudo apenas com o livro e sem o professor, mais ainda pq o livro certamente não terá todas as respostas a todas as dúvidas que o estudante venha a ter.

    É necessário, portanto, que a Igreja, que é a coluna e fundamento da Verdade, A explique (Cf. At 8,31). Isso é facílimo de perceber: basta ver como os pobres protestantes, que acham que a Bíblia é fácil e tem toda a Verdade, não conseguem concordar entre si em quase nada e fundam milhares de seitas novas, cada uma pregando uma coisa, a cada momento.

    Além disso, o domingo já era mostrado em figura no Antigo Testamento. A circuncisão, por exemplo, era feita no oitavo dia (Cf. At 7,8), preparando assim os judeus para quando da chegada do Cristo guardar o domingo.

O sábado existia antes da Lei dada por Moisés(ex. 16)... lembra-te do dia... se é para lembrar, é por que já existia.

  • É claro que existia; não havia um "pulo" de um dia. O sábado existia como existiam a segunda feira e a quarta; era um dia da semana como outro qualquer. Deus, porém, quis preparar os judeus para a chegada do Cristo, e para isso deu a eles o sábado (que foi feito para o homem, e não o contrário, não se esqueça...), figura do domingo.

No novo testamento...Mat 24:20 uma profecia de Jesus com respeito ao tempo dEle(destruição de Jerusalem, 70d.c., após a ressurreição de Jesus)... orai para que vossa fuga não se dê no inverno, nem no Sábado...se o domingo realmente tivesse aprovação divina para tornar-se santo, a profecia não tinha que ser:... que sua fuga não se dê no inverno, nem no Domingo?

  • Não. A Lei de Moisés dizia que para preservar a sua vida um homem poderia deixar de guardar o sábado (para fugir, por exemplo, mas tbm para lutar - veja os Macabeus). Tampouco há problemas em viajar no domingo, muito menos em caso de necessidade.

    O problema é que os cristãos já não eram bem vistos pelos judeus, e fugindo de Jerusalém sitiada em pleno sábado, quando os outros se preparavam para lutar, seriam muito provavelmente atacados pelos judeus e não poderiam fugir. Na minha página de artigos tem um artigo sobre o messianismo judaico em que explico um pouco mais sobre este episódio.

Dia do Senhor:o verdadeiro dia do Senhor é um, o sábado (apesar de domingo, por nomeação humana significar isto) ver Isaias 58:13,14,

  • Isaías estava na Lei de Moisés, e lembra aos judeus para guardarem esta lei preparatória (claro, o Cristo ainda não havia vindo!). Além disso, ele não chama ao sábado dia do Senhor, sim "dia santo".

Mar. 2:27,28...sábado = dia do senhor.

  • Tampouco nestes versículos o sábado é chamado dia do Senhor. Pelo contrário, o Senhor afirma em Mc 2,27 que o sábado é feito para o homem, ou seja, que o sábado é dia do homem, não dia do Senhor - afinal, o homem foi feito para (glorificar) o Senhor.

Paulo guardava o sábado...ver Atos 13:14,42,44; 17:2.

  • Não, ele não guardava o sábado. Ele aproveitava o dia de sábado, em que os judeus se reuniam, para ir pregar na sinagoga e atraí-los para Cristo. Não se esqueça de que é o mesmo Santo que disse para não deixar que ninguém nos incomode por questões de sábados...

    Mantendo-se as devidas proporções, é mais ou menos a mesma coisa que, digamos, aproveitar um dia em que os macumbeiros vão a um determinado lugar para ir lá evangelizar.

Com relação ao domingo... História...Na 1a. parte do IV século(321), o imperador Constantino promulgou um decreto fazendo do domingo uma festividade pública em todo o império romano. O dia do sol (sunday, domingo) era venerado pelos súditos pagãos e honrado pelos cristãos: foi inteligente do imperador para unir os interesses em conflito do paganismo e cristianismo. Com ele se empenharam para fazer isto alguns bispos da igreja(inspirados pela ambição, poder)que perceberam que se o mesmo dia fosse observado tanto por cristãos, como por pagãos, promoveria a aceitação nominal do cristianismo pelos pagãos, e assim, adiantaria o poderio e glória da igreja. Mas...mesmo muitos cristãos tementes a Deus fossem levados a considerar o domingo como possuindo certo grau de santidade, ainda mantinham o sábado como o dia do Senhor, como manda o quarto mandamento...

  • Oh, é uma citação literal de "O Grande Conflito", capítulo 3. :)

    Isso é puro delírio da cabecinha torta da pobre Ellen Gould White (fundadora da seita adventista).

    Constantino se converteu, efetivamente, depois de ter visto no céu uma grande cruz com as palavras "In Hoc Signo Vinces", "com este sinal vencerás". Ele então fez uma promessa de converter-se caso ganhasse a batalha para que se dirigia, e adotou uma cruz como seu emblema.

    Os cristãos guardavam o domingo, e os pagãos tinham um "deus" para cada dia da semana. Daí vem os dias da semana em outras línguas (em inglês são os deuses da mitologia nórdica - Monday, dia da Lua, Thursday dia de Thor, deus do trovão, Friday dia de Frigga, mãe de Thor, etc; nas línguas latinas são os deuses romanos - lundi, lunes, dia da lua; jeudi, jueves, dia de Júpiter, etc.).

    Havia alguns pagãos que tinham uma devoção especial pelo deus sol, e faziam uma orgia neste dia. Havia outros que tinham mais devoção pela deusa lua, e faziam sua orgia na segunda feira, etc.

    Quando o imperador se converteu, ele proibiu o paganismo e passou a obrigar o descanso no dia do Senhor, proibindo as orgias cerimoniais e as celebrações dos ídolos romanos.

    Nesta época já não havia cristãos judaizantes (pois os que mantinham o sábado eram os que mantinham todas as prescrições da Lei de Moisés, como circuncisão, dieta, etc. Eram os inimigos de São Paulo), e nunca os houve em Roma. As seitas judaizantes concentravam-se todas em torno de Jerusalém, e nesta época já haviam sido praticamente exterminadas. Os romanos haviam perseguido barbaramente os cristãos, mas os que se mantiveram unidos à Igreja que Cristo fundou e confiou a São Pedro só foram crescendo, enquanto os hereges foram desaparecendo.

    Mais de cinquenta anos depois, a Igreja deu ao mundo a Bíblia, que infelizmente depois de 1517, quando foi inventada por Lutero a heresia da Sola Scriptura (dizer que a Bíblia é a única regra de fé e conduta para os cristãos, se explica sozinha e contém toda a Verdade) tem sido muito usada para o mal e para afastar as pessoas de Deus. :(

Nos concilios da igreja após isso, o Sábado instituido por Deus era rebaixado e o Domingo elevado... quem estaria por trás disto?homens?Deus? Como consequencia disto, o dia da festividade pagã veio a ser honrado como instituição divina, ao mesmo tempo que o sábado era declarado como reliquia do judaismo, amaldiçoando-se seus observadores... dia do sol... sunday (em outras linguas, o domingo tambem significa "dia do sol"...)

  • Puro delírio. O que houve foi que realmente até esta época foi completada a separação entre judeus (que guardam o sábado) e cristãos (que guardam o domingo). Foram proibidos o uso dos filactérios, a circuncisão, etc. Mas quando a Igreja definiu o cânone bíblico, quase no século V (antes disso não havia acordo sobre quais livros seriam e quais não seriam inspirados), esta controvérsia já acabara há muito tempo.

    Os concílios posteriores simplesmente não lidaram com a questão.

O 4o. mandamento revela Deus como o criador do céu e da Terra, este mandamento indica qual o único e verdadeiro Deus vivo, o distingue dos falsos deuses(Ex.20:8-11)... quem estaria por trás desta mudança... o próprio Deus?

  • Justamente, o Verbo feito Carne.

Foi para a memória da obra da criação que o sétimo dia foi santificado como dia de repouso para o homem.Destinava-se a conservar o Deus vivo sempre diante da mente humana como fonte de todo ser e objeto de reverência e culto.Quem estaria por tras da mudança deste mandamento, enquanto os outros 9 eram preservados...quem não quer que o verdadeiro Deus seja reverenciado e adorado?

  • Não, quem quer que seja lembrado que o mundo foi re-criado, que Cristo morreu por nós e nos deu a possibilidade de Salvação. Negar o domingo é negar Cristo, é prender-se a uma lei preparatória e não aceitar aquilo para que ela preparava.

Que razão poderosa pode se dar para uma mudança que as Escrituras não sancionam?

  • Sancionam sim, como mostrei acima. O que é anti-bíblico é querer que a Bíblia seja a única fonte de verdade, é querer que "dia do Senhor' seja arbitrariamente interpretado como sábado e não Domingo, é querer ignorar que o próprio São Paulo foi flagelado pelos judeus por negar-se a cumprir os mandamentos preparatórios depois da vinda do Senhor, e que o mesmo Santo mandou que não deixássemos que ninguém nos incomodasse com questões de sábados...

A palavra do papa?

  • Que é por sinal a fonte de autoridade da Bíblia. A Bíblia é uma compilação de livros diferentes. Uma coletânea não existe sem que haja um editor que reúna os escritos em uma capa só. Foi um Papa que fez isso. Negar a autoridade do Papa é negar a autoridade da Escritura, pois só sabemos quais livros são inspirados porque aceitamos a autoridade do Papa São Dâmaso para defini-lo.

Onde e quando Deus "adotou" o papa...

  • Mt 16,18. Lc 22,31-32. Jo 1,42. Jo 21,15-17...

Que provas biblicas, a unica fonte de verdade, há a respeito disso?

  • A Bíblia não é "a unica fonte de verdade". Em lugar nenhum na Bíblia há esta afirmação, assim como em lugar nenhum da Bíblia há uma lista de quais os livros que a compõem. Só sabemos quais são porque um Papa os definiu.

    Sem contar que um Batista vai dizer que o batismo não é necessário e vai "provar" isso interpretando a Bíblia para fornecer "provas bíblicas"; um pentecostal vai dizer que sem "falar em línguas" a pessoa não está salva, e vai "provar" isso interpretando a Bíblia para fornecer "provas bíblicas"; um calvinista vai dizer que Deus predestina o homem para o Céu o ou Inferno e vai "provar" isso interpretando a Bíblia para fornecer "provas bíblicas"; um adventista vai negar o Dia do Senhor e vai "provar" isso interpretando a Bíblia para fornecer "provas bíblicas"...

A igreja é maior do que a Biblia, que é a própria palavra de Deus?

  • Mas claro! É muito maior! A Bíblia é toda ela verdade e útil para ensinar (2Tm 3,15-17), mas tem coisas difíceis de entender (2Pd 3,16), precisa ser explicada pela Igreja (At 8,30-31; 2Pd 3,16), não foi feita para interpretação particular (2Pd 1,20-21) e não está completa (Jo 20,30-31; Jo 21,25; 2Ts 2,14). Já a Igreja é a Coluna e Fundamento da Verdade (1Tim 3,15), foi fundada pelo próprio Cristo (Mt 16,18; Mt 28,19; Mc 16,15; 1Cor 3,11; Ef 2,20; 1Pd 2,4-6), é o Corpo de Cristo (Rm 12,4; 1Cor 12,12; Ef 1,22-23; Ef 5,22; Col 1,18), e Cristo é a Cabeça da Igreja (Ef 1,22; Ef 5,23; Col 1,18), que foi comprada pelo Sangue de Cristo (At 20,28; Ef 5,25; Hb 9,12), é eterna (Mt 16,18; Mt 28,20), visível (Mt 5,14; Mc 4,30-32; Ef 2,19-22), infalível (Mt 16,18; Mt 28,20; Mc 16,16; Lc 10,16; 1Tm 3,15) e tem Autoridade dada por Deus (Mt 16,18-19; Mt 18,18; Jo 20,23).

    A Bíblia é uma filha da Igreja, e a filha não é nem pode ser maior que a Mãe.

A ressurreição é um acontecimento de suprema importância, como Paulo fala em ICor. 15:15-20... mas há alguma evidência de que o dia da ressurreição deve ser o dia de adoração ou repouso? Bíblica não.

  • Histórica sim, e na verdade bíblica sim. Quando vemos que os Apóstolos reuniam-se no domingo, que todos os acontecimentos importantes depois da Ressurreição (Pentecostes, Ascenção, etc) foram no domingo, que S. Paulo diz para não darmos ouvidos aos que vêm com questões de sábados... vemos que a Sagrada Escritura evidentemente corrobora o que a Igreja que a definiu prega.

Considerações finais: Concilio Papal no século XVI, foi declarado:"Lembrem-se todos os cristãos de que o sétimo dia foi consagrado por Deus, recebido e observado, não somente pelos judeus mas por todos os outros que pretendiam adorar a Deus, embora nós, os cristãos, tenhamos mudado o Seu sábado para o dia do Senhor(domingo) - Dialogo Sobre o Dia do Senhor, de Morer, 281. Os homens estão acima de Deus?

  1. Não existe nada chamado "Concílio Papal" na Igreja.

  2. Isso provavelmente é uma lorota das piores. Ellen Gould White era especialista nisso. Os próprios livros dela foram reescrito várias vezes para modificar os erros que iam sendo acusados por seus seguidores.

  3. Se considerar que não aceitar a Lei de Moisés depois da Encarnação do Verbo é estar "acima de Deus", então realmente São Paulo estaria errado e todo o cristianismo de nada valeria. Seria caso de correr para a circuncisão. :)

    O protestantismo, do qual o adventismo é um ramo, é uma heresia perigosíssima, exatamente por conter parcelas de Verdade relativamente grandes em meio a seu erro. O que seria mais perigoso, uma garrafa preta com uma caveira e dois ossos cruzados escrito "veneno" ou um prato de comida cheirosa e gostosa lotado de um veneno sem cheiro e sem gosto? O protestantismo é este prato. Fala-se de Jesus e se Lhe desobedece. Fala-se de Salvação e praticamente se impede que ela ocorra. Fala-se de Verdade e o que vale são as opiniões pessoais de cada leitor da bíblia protestante (de que foram arrancados sete livros...).

    O adventismo é ainda pior, porque vota uma inimizade particular à Igreja que Cristo fundou e que tem d'Ele a garantia de que as Portas do Inferno não prevalecerão sobre Ela, e de que Ele estaria com a Igreja até o Fim dos Tempos (note que toda a tese adventista parte do princípio de que as portas do Inferno teriam prevalecido e Jesus teria abandonado a Igreja até que veio a grandiosa Elle Gould White para resgatar a verdade que quase dois mil anos de santos e sábios lendo a Bíblia no original e a estudando a fundo não teriam descoberto...).

    A Igreja é o Corpo Místico de Cristo, e a seita adventista é inimiga da Igreja. Ela é portanto inimiga de Cristo.

    Muita gente vai para esta seita de boa fé, iludida pelas mentiras apresentada como se fossem verdade, pelas falsas conclusões e pelas meias-verdades que são pregadas por esta seita. Mas de boas intenções está pavimentado o caminho para o Inferno.

    O problema na verdade não é o sábado ou o domingo, mas a autoridade. Quem tem autoridade para explicar a Búblia corretamente? Cada protestante tem uma fé diferente, acredita em uma coisa diferente. Cada protestante se acha muitíssimo mais infalível que o Papa poderia jamais vir a ser (o papa é infalível apenas ao pregar para toda a Igreja, invocando o seu poder de sucessor de Pedro, algo como sendo parte do Depósito da Fé ou contrário a ele. O Santo Padre João Paulo II, por exemplo, ***nunca*** usou este poder; já um protestante acha que basta ler a bíblia que entende automaticamente a coisa correta).

    Já a Igreja ensina a mesmíssima coisa desde os tempos de Cristo. Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre, e o mesmo ocorre com Seu Corpo Místico, que é a Igreja. Só a Igreja, que definiu quais os livros que fazem parte da Escritura, pode nos explicar e nos mostrar o seu significado. Ellen Gould White chegou a conclusões diferentes das dos outros protestantes. Será que ela está mais certa? Por que estaria? Ela, assim como qualquer outro protestante, não tem absolutamente segurança nenhuma em suas crenças. Aquilo que um considera evidente o outro considera falso e blasfemo, e nenhum dos dois aceita que alguém possa definir a questão.

    O protestantismo, lamentavelmente, é a aplicação mais concreta do lema de Lúcifer: "Não servirei!". :(

Retornar