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Logo, sua herança do Pai recebeu,
indo para longe,
e esquecida a dor que causara aos seus,
de festas vivia,
orgias sem fim.
Bebia o vinho que o dinheiro compra
da falsa alegria,
amigos de mesa,
amantes de seda.
Que bom se o vinho fora sempre assim!
Mas veio carestia nessa terra,
e ele que era rico,
já rico não era,
e da taça enxuta do vinho extinto
não bebiam amigos, não amores,
quem diria, passou a sofrer fome,
e faminto, ei-lo servo de pocilga,
disputando aos porcos
sobras de comida
que só porco come.
Cai em si o moço:
pão em abundância
comem os contratados de meu Pai,
e eis-me aqui com fome,
vivendo em mendicância com porqueiros.
Já sei: a meu Pai vou pedir perdão.
Meu bom Senhor, digo,
eu contra os céus e contra ti pequei,
já não mereço ter parte contigo,
toma-me como um de teus jornaleiros.
Somos mesquinhos com o Pai Celeste,
tais quais filhos pródigos,
não crendo no amor
de quem nos gerou para sua Luz,
mas com alegria,
se Jesus entendo,
Nosso Pai há de festejar o dia
do filho sofrido que ao lar retorna.
- Pai, o moço teu filho está de volta,
vem vindo a caminho.
Em alvoroço, o Pai avista o filho,
com carinho o acolhe,
nem ouve seus pedidos de perdão,
manda que o vistam de fino tecido,
anel ponham na mão, nos pés sandálias,
que se apreste a ceia,
vinho sem demora,
para a grande festa,
pois o filho que se achava perdido
nas teias da vida, encontrara agora.