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APOLOGIA
de Aristides de Atenas

Tradução: Carlos Martins Nabeto

INTRODUÇÃO

I. Eu - ó Rei - por providência de Deus, vim a este mundo e, tendo contemplado o céu, a tarra e o mar, o sol, a lua e todo o resto, fiquei maravilhado por sua ordem. Porém, vendo que o mundo e tudo o que nele há se move por necessidade, compreendi que Aquele que os move e os mantém [em movimento] é mais que estes. Afirmo, pois, ser Deus que ordenou tudo e o mantém fortemente assim. [Ele] não teve princípio e é eterno; imortal e sem necessidades; acima de todas as paixões e defeitos, da ira, do esquecimento, da ignorância e tudo o mais. Por Ele, todavia, subsiste tudo. Não precisa de sacrifício, nem libação, nem de nada do que existe; porém, tudo necessita Dele.

II. Ditas estas coisas a respeito de Deus, da forma como consegui falar sobre Ele, passemos também ao gênero humano, para saber quais dentre os homens participam da verdade e quais [participam] do erro, pois, para nós - ó Rei - é evidente que há três tipos de homens neste mundo: os adoradores daquilo que vocês chamam "deuses"; os judeus; e os cristãos. Por sua vez, os que adoram muitos deuses se subdividem em também em três gêneros: os caldeus, os gregos e os egípcios, porque estes foram os guias e mestres das demais nações no culto e adoração dos deuses de muitos homens.